segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Coincidências do Amor

Hoje eu fui ver minha melhor amiga e, como ela adora o BH Shopping e a Jennifer Aniston, unimos o útil ao agradável: fomos ao shopping, fizemos comprinhas, comemos junk-food e assistimos ao filme "Coincidências do Amor" (título infeliz. "The Switch" - o título original - é perfeito).
E este post é sobre o antes, o durante e o depois.
Antes disso, a Fê (minha BFF) me contou o que eu já sabia: ela está namorando. Mas na nossa relação, quase tudo tem que ser contado duas ou mais vezes. Explico-me: a Fê mora em Florianópolis durante metade do ano e divide a outra metade entre BH e SP.
Então, voltando ao assunto: hoje ela me contou pessoalmente que estava namorando. Só que ela odeia namorar. Odeia ter que ligar simplesmente pra perguntar "Como foi seu dia?" e não entende o porquê das pessoas fazerem isso. Odeia ter que sair e voltar junto pra casa e dividir a cama com alguém que não seja eu (fato). E odeia outras coisinhas mais.
Mas eles moram em cidades distintas. E aí calhou que, para a coisa funcionar, eles precisaram instituir que estão, enfim, namorando.
E eu adoro namorar. Mas ultimamente eu tenho tido menos paciência pra algumas funções básicas da opção namoro. E acabei de dar um fim numa relação (?) que quem sabe, talvez, um dia, evoluísse pra algo parecido com um namoro. Ele adorava discutir a relação. Mesmo sendo ela ainda inexistente.
Ou seja, as coisas inverteram.
Aí ela me confidencia tinha esperanças de que, quando começasse o próximo namoro, tivesse mudado de idéia quanto a casar e ter filhos. Não mudou: ela continua sem querer casar e ter filhos. Eu acabei revelando que esperava que, a esta altura do campeonato, já estivesse namorando de novo. Não estou.
Moral da história: nem tão do avesso as coisas estão.
Eu ainda quero um namorado. Ela ainda quer a vida dela só pra ela.

Aliviadas - afinal, mesmo depois de um tempo sem nos vermos, ainda somos as mesmas - fomos ao filme.
Chorei horrores. Ela riu horrores.
Neste quesito continuamos exatamente iguais.

Ao fim do filme, bora reencontrar umas pessoinhas. Um amigão nosso (e ex meu e da Fê...rs) faz uma brincadeira e fala que vai dar um bonequinho de palhaço pra ela de presente. Vaia geral: a Fernanda que tem medo de palhaço sou eu; a outra tem medo de boneca.
Bom saber que as coisas continuam as mesmas apesar de diferentes.

PS 1: Em um momento do filme, escuta-se a frase "Eu pensei que vc fosse meu amigo". Hj, pra mim, essa frase faz todo o sentido. Sou rancorosa e ainda estou com raiva do meu ex-pseudo-amigo-de-adolescência. Minhas mágoas usam bóias e se recusam a serem afogadas.

PS 2: Descobri , vendo o filme, para que servem as fotos que vêm nos porta-retratos. Foi o momento "chorei horrores".

PS 3: Vale a pena ver o filme.

sábado, 25 de setembro de 2010

Babacas

Este ano foi o ano das inimizades.

Primeiro, um indivíduo resolve dar uma "chuchada" e me larga na balada. O problema foi a decência da pessoa de me avisar isso por mensagem depois de já ter ido.
Aí manda mil mensagens, liga e pede desculpa.
A trouxa aceita - mais uma vez (porque Mancada deve ser o sobrenome do amigo)!
Aí eu fico doente e a pessoa que se diz preocupar comigo "como se eu fosse da família" fica sem me ligar 18 dias (e contando...). A trouxa aqui até ligou nesse meio tempo, mas ele não podia falar porque estava jogando RPG e nunca retornou.
Alguém por favor dá uma conferida pra ver se a mãe do moço morreu? Porque com esse jeitinho de se preocupar com entes queridos a "véia" deve estar apodrecendo no quarto há dias.

Acabei de saber que uma (ex) amiga falou que tinha preguiça de sair comigo.
Preguiça é o que eu deveria ter sentido ao invés da boa vontade que tive de sair de um bar do outro lado da cidade (onde estava com meus amigos) para encontrá-la aos prantos porque a irmã é mais bonita, mais gostosa, mais bem sucedida e mais bacana do que ela. Verdade. E eu nunca falei o contrário. Mas naquela hora eu consolei, falei pra deixar isso de lado blá blá blá whiskas sachê blá blá blá.
Preguiça também eu deveria ter sentido quando ela resolveu cair de bêbada e eu acabei levando-a para dormir na casa de um amigo nosso. Preguiça maior eu deveria ter tido quando ela começou a gritar que queria ir para casa porque não podia dormir fora por ser a "princesinha do papai". Devia ter ido cuidar da minha vida e deixado o carro capotar 3x na ida do centro de BH até a PQP do Barreiro.
Aviso pra fofa: "princesinha do papai" é a sua irmã.

É isso. Agradeço ao papai do céu por me dar amigos babacas para eu valorizar ainda mais os que ainda estão ao meu lado.
Desabafo feito, um sentimento que fica: peninha de gente medíocre.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

E assim um dia me definiram...

"Você é, de longe - ou de perto - a pessoa mais interessante que já conheci.
Você assume a dor e o prazer de ser mulher pra se desfazer menina na cama quando pede para ser cuidada.
Você é corajosa o bastante para ir - sozinha - a um país no qual não domina a língua, mas acha que isso não é coragem.
Você é solidária o bastante para ajudar quem está ao seu lado, mas acha que isso não é solidariedade.
Você é gentil com quem conhece e com que desconhece, mas acha que isso não é gentileza.
Aquilo que te fez tornar o que é também, de certa forma, te fez ter a obrigação de ser quem é.
Você ama o novo, mas adora o velho. Prende-se entre eles tentando ajustar-se e aproveitar o presente.
Você posterga as coisas com uma doce morbidade esperando que o amanhã nunca chegue.
Você é bela o bastante pra usar tal fato como arma e inteligente o bastante para dispará-la quando quer.
Você sabe a capacidade de manipulação que tem; mas prefere não utilizá-la. Isso porque você espera que as pessoas ajam como queiram para que você possa, assim, desmascará-las.
É mais racional do que imagina e menos emocional do que pode imaginar.
Usa palavras como inferno e desgraça porque não tem medo de utilizá-las.
Usa palavras como miminhos e fofinho porque também não tem medo de utilizá-las. E conhece que é difícil ser meiga e forte o bastante para ter tal vocabulário.
Você tem medo de ser inútil e medo de ser medíocre. Odeia pessoas inúteis e medíocres. Além disso, você tem uma definição toda particular do que é ser inútil ou medíocre.
Você tem um brilho nos olhos porque enxerga as coisas de um modo diferente. E, por ver o que talvez seja imperceptível, se emociona e lacrimeja.
Você agradece por coisas comuns e deseja coisas incomuns.
Você classifica o que é normal segundo a sociedade em que vive, beirando o anormal para se sobressair entre todos.
Você se define pelo mistério que é.
Não é difícil te definir, o que é difícil é te redefinir. Isso porque você insiste em mudar aos olhos de quem te conhece. O conhecido é alvo fácil. Lutamos pelo desconhecido. Desejamos o que não temos e, portanto, não conhecemos totalmente.
E, quando a definição de quem você é parecia ser quase impossível, foi justamente aquela definição vinda de onde menos se esperava que te fez nua."

Carta recebida em 17 de setembro de 2008. Um dia eu conto de quem.

Gentileza

Há algum tempo atrás, eu resolvi dividir um ap com dois outros moradores. Um dos amigos destes outros moradores (que até chegou a ser meu amigo em determinada época e depois deixou de ser tratado como tal, mas isto não vem ao caso. Não neste post.) ia à meu ap com mulheres diversas e utilizava meu quartinho de despejo para finalidades sexuais. O tal quartinho era deprimente. Desde que tínhamos mudado, começamos a entulhar o cômodo com aquelas coisas que não precisamos ter sempre à mão mas não queremos (ainda) nos desfazer. Chegou a um ponto que eu - alérgica até à alma - não conseguia entrar mais lá dentro de tanta poeira acumulada. Mas o indivíduo arredava os entulhos, colocava um colchão que ficava embolado pq não cabia totalmente, ligava um radinho de pilha q tinha aparecido por lá e se satisfazia. Digno de pena. Um ser humano de quase 30 anos que ganhava um salário mínimo e precisava apelar para essas condições era, obviamente, digno de pena. As mulheres também. Nunca entendi o q se passava na cabeça delas. Se fosse coisa de só uma noite, tudo bem. Mas de vez em quando elas se repetiam. E eu ficava imaginando que futuro elas imaginavam que teriam de uma relação como aquela. Mas tal pensamento ocupava dois segundos da minha massa cinzenta e se esvaía. Problema deles. Geralmente eu mal via a cara das tais mulheres.
Um dia, ele resolveu namorar com uma delas. E ela achou q, por ir à minha casa, tinha o dever ou direito - sei lá - de conversar comigo. E me adicionou no msn. Só que ela começou a insistir em perguntar se ele era fiel. E não era. A coisa, inclusive, era tão descarada que ele chegou a desprezá-la no próprio aniversário para comer o seu presente (junto com morangos que apareceram meio mastigados, meio mordidos em cima da minha máquina de lavar roupa no dia seguinte) no referido quartinho.
Eu mudava sempre de assunto. Até que um dia, por pena (e só por isso), eu contei q não, que ele não era fiel e que, inclusive, já estava namorando outra àquela altura do campeonato (mesmo fingindo ainda estar com ela).
Anos depois, quando ele não transava mais no meu quartinho de despejo (pq eu mudei de lá); a pessoa do msn alegou q eu (então ocupadíssima em ser feliz) tinha delatado coisas como conversas alheias no msn para a atual infeliz.

Bom, saindo do caso para a análise: em toda a minha vida, eu percebi que fui gentil por dois motivos apenas. Um era por obrigação. O outro, por dó.
Minha educação me faz com que, em alguns casos, eu pense que não é mais do q minha obrigação ser gentil. Qdo eu ajudo na limpeza da casa do vizinho pq eu vivo lá e pq ele não paga mais a faxineira, eu faço por obrigação. Ele chama de gentileza. Mas eu vivo lá, eu ajudo a sujar, insisto. Não adianta, na cabeça dele, é gentileza.
Qdo entro primeiro no elevador, aperto o botão para manter a porta aberta até todos entrarem. Tem gente q me olha agradecendo a gentileza. Pra mim, é obrigação.
Fora destes casos, sou gentil por pena. Como no caso de te contar q seu namorado transa com todas, todo mundo sabe e vc é trouxa.

O problema é que a minha criação me obriga a ser gentil quase sempre. E quando se é gentil, vc tende a pensar nos outros. E tende a ser menos egoísta. E tende a passar por trouxa. E as pessoas tendem a se aproveitar disso. Alarme: problema detectado.

O principal ponto em que me estrepo é o financeiro. É o mínimo de gentileza dividir uma conta.Comer e beber e depois alegar que esqueceu a carteira em casa é absurdamente fora dos meus parâmetros. Mas quando a gentileza e boa vontade de um esbarra no egoísmo do outro a coisa complica.
Exemplo: eu bebo cerveja. Amo. E não como carne vermelha. No quesito salário, eu e meus amigos não temos um abismo de distância. Mas eu pago muitas contas. Alguns deles nem tantas. Outros não pagam nenhuma.
Então, rachar uma conta de forma igualitária é complicado. Desde que todos tenham bebido cerveja e comido frango e queijo (te amo Filipão!)* é tranquilo. Mas quando tem bebidas destiladas e outras variedades de carnes envolvidas eu me estrepo. Pq a metida à gentil aqui não consegue reclamar qdo - apesar de não ter comido e não ter bebido do mais caro - dividem a conta de forma igualitária.

Imaginar o quanto teria no meu saldo bancário se cada uma dessas vezes eu tivesse dado o grito, me faz ter vontade de dar o grito agora. Então, garçom, me traz um chopps e dois pastel (de queijo) e a cartela individual, por favor!

* Filipão = meu amigo, grande apreciador de cerveja e de filé de frango e batata aos 4 queijos do Loop.