sábado, 18 de dezembro de 2010

Conclusão

Quando um amigo em comum declara que namorar com vc foi o mais perto que seu ex namorado chegou de ter uma vida social; vc conclui que namorar com ele foi o mais perto que vc chegou de não ter vida. Tampouco social.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Palhaço II

O bom de ser adulto é que a gente acaba aprendendo qual a hora de cair fora.
O objeto de querência dos posts apaixonados abaixo revelou-se um palhação hoje.
Prazer, Nanda. Blogueira e empresária circense.

domingo, 28 de novembro de 2010


Frase dele - que tornou meu fim de semana inteiro foda. Foda de aguentar.

Masoquismo 1 x 0 Nanda


E eu fico relendo nossas conversas virtuais.
Vc concorda veementemente quando eu digo que sou bacana, diz que tem ciúmes...
E onde é que isso vai parar?

Ou melhor, onde é que eu vou parar?

sábado, 27 de novembro de 2010

Bizarre Love Triangle

A pessoa que vos fala não é muito de se apaixonar.
Até era; mas sabem como é: a gente cresce e aprende. Ou não.
Mas fato é que hoje acho extremamente bizarro nutrir uma paixão desenfreada por alguém com que não temos laços sanguíneos. Ou seja, amor de mãe e filho eu entendo. Agora, aquelas mulheres que amam, choram, descabelam e fazem loucuras pela alma gêmea, não.
Já até tentei ensaiar essa personagem, mas nunca consegui ser chamada pra nenhuma montagem da vida real.

Além disso, sou uma pessoa extremamente lerda. Sempre fui inteligentíssima e tals...mas lerda. Em se tratando de assuntos amorosos então! Se um carinha tem qualquer tipo de afeição por mim, melhor rebolar pra demonstrar isso. Porque, a não ser que ele coloque uma faixa no avião escrito "quero ficar contigo" e mande o mesmo avião liberar toneladas de pétalas de rosas ao passar pela minha casa, não vou perceber. Sério.

E daí?
Daí que eu acho que estou apaixonada. O "acho" é porque encaro meus sentimentos com a mesma perspicácia que percebo os alheios.
Só que também acho que já era pra eu ter percebido isso há mais tempo.
Como toda mulher apaixonada, fui reler e-mails antiguinhos trocados entre eu e o ser objeto da minha querência e percebi que o moçoilo já me cantava há tempos. E eu achava que era zuação.

E como se deu a coisa? Simples, eu queria muito ir à uma festinha do outro lado da cidade. Precisava chamar um amigo que, além de boa companhia, tivesse carro. E foi exatamente isso o que falei para a pessoa. Ela riu, gostou da minha sinceridade e aceitou o convite. Marcamos no meio do caminho para os dois. El me perguntou se ficava perto e eu respondi: "perto de quê?". Perto da minha casa, oras! Emendei que era pra ele me buscar lá mesmo, que eu não iria fazê-lo me buscar em casa; até pq, afinal de contas, aquilo não era um encontro.
Juro que se aquelas histórias (tediosas) de contos de fadas fossem escritas hoje, o príncipe seria como a visão que eu tive: de camiseta branca, coladinha, com decote V, dentro de um carro com estofado em couro e DVD. Ah! Foi aí que a ficha caiu! - devem estar pensando! Ledo engano.
Festinha bacana, só com casais e a galera meio tensa tentando entender o que rolava entre nós. A tensão tem motivo: a namorada do moçoilo que mora em outra cidade.
Mesmo assim, as pessoas insistiam que eu contasse a história engraçadinha do quanto eu o odiava mesmo antes de conhecê-lo (preguiça de contar aqui...rs) e essas coisas bobinhas de casal. Com o detalhe incrível de que a gente não é um casal.

Hora de ir embora. Chamei uma amiga pra ir de carona com a gente. Tô falando: a lerdeza é tamanha que até então tava jurando que sairia ilesa da noite.
Ela me chama pra ir dormir na casa dela e eu nego. Os pais dela estavam lá no fim de semana e eu não ficaria à vontade. Amiga entregue em casa, vêm a bomba: "dorme na minha casa então, lá não tem pai nem mãe..."
E foi aí que todos os mojitos e brejas tomados na noite subiram à cabeça!

E a semana que se seguiu foi o inferno na terra.
Agora, quando eu e meu 2º melhor amigo sentamos pra conversar, tem um poodle chato tentando cruzar com a perna de um dos dois. É, sabe aquela situação que todo mundo vê, mas todo mundo prefere ignorar a ter que falar alguma coisa? Exato!
E eu chorei a semana toda! Chorei horrorores: pq ele tem namorada, pq eu acho q tô apaixonada, pq não quero perder um amigão...
E ando me sentindo a pessoa mais babaca de todos os tempos.
A solução? Marquei de conversar com ele na terça-feira. Segunda-feira é dia dele chegar feliz pq passou o fds com a namorada; terça-feira é - definitivamente - melhor.

E aqui cabe até um próximo post: como enlouquecer um homem durante quatro dias...rs. Porque desde que anunciei "a conversa", o carinha tá doidão querendo saber o motivo.
Lerda, babaca, apaixonada e cruel.

Huahuahauahuahauhauahauhauah (risada maléfica).

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

domingo, 10 de outubro de 2010

Desespero!

Meu cabeleireiro viajou. Sem mais.

Nem todo ex é palhaço

Corrigindo injustiças: ontem saí com um deles (sem compromisso algum) e foi muito bom. Divertimos horrores e fui super elogiada o tempo todo pelo moço.
Pelo menos esse aí lembrava que eu sou inteligente, divertida, gostosa e gente boa.
O triste foi só lembrar que eu terminei com o moço em questão porque ainda era apaixonada com o palhaço metido a intelectual.
E ainda descobri que o ex gente boa tem ciúmes do palhaço metido a intelectual. Até hoje.

Palhaço

Palhaço bom é aquele que nos diverte, não o que nos faz ter piedade.

sábado, 9 de outubro de 2010

O palhaço metido à intelectual

(Clique na imagem para ampliar)

Desde que comecei a ler o HTP, me autodeclaro empresária circense e passei a classificar os palhaços da minha vida.
O palhaço em questão é um ex. E metido à intelectual.
Vamos aos fatos.
- O palhaço nasceu em 1983. Tá mais pros 30 do que pros 20. E ainda é vendedor de uma loja de vídeo-games, onde diz que ganha dinheiro se divertindo. Sad, but true. Quanto ao fato dele ser dono, são outros 500...fica a dúvida.
- O palhaço não tem ensino superior. Muito menos em filosofia, onde não chegou nem à metade do curso. Sequer tem ensino técnico em palhaçadas...
- O palhaço sempre teve a incrível mania de ler capa e contracapa de livros, buscar a sinopse no google e posar de intelectual que já leu todo El Ateneo*. Destes citados, um deles eu tenho certeza de que nunca leu. Pausa pra historinha:
O palhaço posava de que tinha lido Dom Quixote. Em espanhol. Edição comemorativa de sei lá o quê. Ok. Em uma viagem à Argentina, achei um exemplar do livro com ilustrações do Pablo Picasso. Comprei todos (os dois) que tinham na livraria. O aniversário do palhaço estava próximo e resolvi dar uma das edições de presente. Mas avisei: a edição é de colecionador, coisa rara de achar e pra guardar por toda a vida. E é uma versão resumida.
O tempo passou e eu acho o livro em uma das estantes da lujinha onde trabalhava. Quando perguntei o que o livro fazia lá, o palhaço me respondeu que tava lendo. Comassim, Bial? Indaguei o óbvio: se o palhaço já tinha lido a versão integral, pra que ler a versão resumida? Vergonha na cara, confissão feita: o palhaço nunca havia lido o livro. Só o prefácio.
E duvido que tenha lido até o presente momento. Inclusive a versão resumida.
- O palhaço, além de metido à intelectual, tem auto-estima baixa. E, pra levantá-la, nada melhor do que pisar nos amigos que o cercam, correto? Na visão do palhaço em análise, corretíssimo. E dá-lhe corrigir o amigo (um dos poucos das antigas que ainda o suporta) em pleno facebook, em um post bacaninha, onde o moço emocionava-se ao elogiar o irmão. A traulitada debaixo eu não apaguei: mas, com certeza, de José Saramago ele também só leu as sinopses...
- E, para o Gran Finale: a apresentação em seu twitter! Digno de palhaço aparecido! E agora, cá entre nós: diante de tudo isso, tem certeza de que este palhaço será uma das melhores pessoas que conhecerás ao longo de sua vida?

E agora podem abaixar os panos. O espetáculo (deste palhacinho) acabou.

*maior livraria da América Latina.

Verdade Universal e P.A. - Segunda parte

Frente à verdade universal dita abaixo, P.A. 1 ignorou totalmente a fria forma com que foi tratado durante a última conversa e ligou na sexta-feira à noite.
"Tô bebeno no buteco" - resmunguei.
Tempo depois
, mensagem no celular: "Se quiser vir à minha casa, só ligar".
Se existisse teletransporte
, eu iria exatamente naquele momento à casa do rapaz, de copo lagoinha em punho e repetiria as palvras não entendidas pelo moço: "Tô bebeno no buteco".
Mas enquanto o teletransporte não existe
, ignorar foi a forma mais eficaz e menos constrangedora de fazer o rapaz entender algo que já era pra ter sido entendido.
Eficaz até certo ponto.
Dentro do táxi
, o taxista me pergunta porque estou séria. "Cansaço" - respondi. Só me faltava àquela hora ter que bater papo com alguém jamais visto até o momento.
P.A. 1 liga e pergunta se eu realmente não iria à casa dele. Lembrei dos cartões vermelhos que sempre tomava aos 45 minutos do segundo tempo
, sem direito à prorrogação e resolvi provocar: "Posso dormir aí?"
P.A.: Não
, não pode...amanhã meu irmão chega...blábláblá...whiskas sachê...blábláblá...EU TE AJUDO A PAGAR O TÁXI DE VOLTA...
(Susto!
Enorme! Imenso! Tridimensional!)
Eu: Olha
, não se trata de pagar ou não o táxi. Só que tô cansada, com sono e não tô a fim de sair correndo depois de fazer o q tenho q fazer, entendeu?
Antes que ele pudesse entender ou não, resolvi desligar. Melhor nem prolongar a conversa.

E o taxista: "Tá séria! Brigou com o namorado
?"
"Cansaço" - repito. Da próxima vez eu desenho pra ver se ele entende.

Agora tô em dúvida se continuo como empresária circense ou se inauguro um tele-sexo. Mas que fique bem claro que
, no caso da segunda opção, o táxi de volta é por conta do freguês.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Verdade Universal

Rejeição é afrodisíaco.

P. A.

De uns tempos pra cá, descobri a vantagem de se ter um P.A. (pau-amigo ou pinto-amigo).
Não vou ficar divagando sobre o que é um P.A., nem tampouco sobre seus requisitos ou vantagens.
Este texto aqui é ótimo e, se quiser uma introdução teórica, vá até lá dar uma lida. Vale dizer também que não concordo com absolutamente tudo o que foi escrito.
Lembro de uma vez que me senti muito mal por ter um P.A. Fui abrir a boca pra duas colegas de serviço com quem sempre saía na happy hour. Me arrastaram pela medina e me fizeram arder no mármore do inferno por ter um P.A. Depois descobri que o meu P. A. aquela época era ex - P.A. de uma e paixão platônica da outra. Descoberto o real motivo pelo qual as falsas recalcadas me tacaram pedra, voltei a ser feliz com meu P.A.
Até a troca de P.A.

Atualmente eu tinha dois P.A's. E agora que eu cheguei onde queria, senta que lá vem história:
O primeiro não virou P.A. de cara. Por um momento (mínimo, diga-se de passagem), eu até cheguei a pensar que o moçoilo era digno de algo mais sério. Engano desfeito, assumiu-se a amizade colorida entre ambos.
O problema é que o moço começou a ficar estranho. Ligava todos os dias, discutia relação, queixava-se da vida. Ok. Pensei que poderia ser uma fase, afinal a vida profissional do amigo não andava lá às mil maravilhas. E o moço morava com mais dois homens, tão sozinho...tão "sem-alguém-pra-desabafar"...Adicione à essa equação o fato de que eu sou boazinha e escuto as pessoas e faça por si mesmo a conta da merda que deu.
O problema maior era que, na hora de agir como P.A., o P. simplesmente ignorava o A. Ou seja, eu que era a amiga durante toda a semana e ouvia a ladainha por horas ao telefone, ficava menos tempo na casa do rapaz do que a diarista dele.
Ignorei-o.

Pouco antes disso, outro P.A. adentrou minha vidinha. Esse, entrou com certificado de P. A. mesmo! Tanto é que, depois de um telefonema ignorado (por parte dele), ele se justificou dizendo que tava com um rolo antigo. Nada mais justo. Apesar de achar que tanta informação assim não era necessária, achei bacana o moçoilo ter dito a verdade.
E assim a coisa foi. E desandou também.

P. A. 1 ignorado, só me restava P.A. 2. Que um dia deixou de atender o tel e responder as mensagens e me deixou endoidecida. Poxa! Se não somos namorados, aí sim que a pessoa tem que se justificar: afinal, qualquer desculpa eu vou ter que engolir (caso queira) sem maiores (e nem menores) dramas.
P.A. 1 ignorado, P.A. 2 sumido. Aqui jaz uma vida sexual.

Até hoje. Não que eu tenha copulado nesta data.
Mas P.A. 1 apareceu. Depois de quase 15 dias sendo ignorado, ligou não uma, mas duas vezes no meu celular. As duas vezes ignoradas.
P.A. 2 respondeu a todas as mensagens. Todas!
Resolvi retornar pro P.A. 1. Se tivesse uma corda, teria me enforcado durante a conversa: 20 minutos de reclamações trabalhistas. Despedi com um: "tô com fome, vou fazer algo pra comer." E pronto. Sem nenhum momento Chandler de Friends do tipo "Call me!".
Arrependi até de ter ligado. Nenhum P. vale tanto mimimi.
P.A. 2 tá na reserva. Ainda. As vantagens pelas quais o garoto ainda permanece na agendinha do celular e no facebook são óbvias.

E tem mais dois ainda. C.N. Candidatos à namorado. Com esses, não se brinca: não tem beijinhos, nem saídas a dois, nada. C.N. é coisa séria, digna de DM no twitter e scrap privado no (argh!) orkut. Não dá pra colocar um C.N. de palhaço no picadeiro.
E enquanto a empresária circense aqui não decide o que quer da vida, o circo continua recebendo currículos para eventuais contratações (de palhaço a administrador - só não aceito mulher barbada!).

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Coincidências do Amor

Hoje eu fui ver minha melhor amiga e, como ela adora o BH Shopping e a Jennifer Aniston, unimos o útil ao agradável: fomos ao shopping, fizemos comprinhas, comemos junk-food e assistimos ao filme "Coincidências do Amor" (título infeliz. "The Switch" - o título original - é perfeito).
E este post é sobre o antes, o durante e o depois.
Antes disso, a Fê (minha BFF) me contou o que eu já sabia: ela está namorando. Mas na nossa relação, quase tudo tem que ser contado duas ou mais vezes. Explico-me: a Fê mora em Florianópolis durante metade do ano e divide a outra metade entre BH e SP.
Então, voltando ao assunto: hoje ela me contou pessoalmente que estava namorando. Só que ela odeia namorar. Odeia ter que ligar simplesmente pra perguntar "Como foi seu dia?" e não entende o porquê das pessoas fazerem isso. Odeia ter que sair e voltar junto pra casa e dividir a cama com alguém que não seja eu (fato). E odeia outras coisinhas mais.
Mas eles moram em cidades distintas. E aí calhou que, para a coisa funcionar, eles precisaram instituir que estão, enfim, namorando.
E eu adoro namorar. Mas ultimamente eu tenho tido menos paciência pra algumas funções básicas da opção namoro. E acabei de dar um fim numa relação (?) que quem sabe, talvez, um dia, evoluísse pra algo parecido com um namoro. Ele adorava discutir a relação. Mesmo sendo ela ainda inexistente.
Ou seja, as coisas inverteram.
Aí ela me confidencia tinha esperanças de que, quando começasse o próximo namoro, tivesse mudado de idéia quanto a casar e ter filhos. Não mudou: ela continua sem querer casar e ter filhos. Eu acabei revelando que esperava que, a esta altura do campeonato, já estivesse namorando de novo. Não estou.
Moral da história: nem tão do avesso as coisas estão.
Eu ainda quero um namorado. Ela ainda quer a vida dela só pra ela.

Aliviadas - afinal, mesmo depois de um tempo sem nos vermos, ainda somos as mesmas - fomos ao filme.
Chorei horrores. Ela riu horrores.
Neste quesito continuamos exatamente iguais.

Ao fim do filme, bora reencontrar umas pessoinhas. Um amigão nosso (e ex meu e da Fê...rs) faz uma brincadeira e fala que vai dar um bonequinho de palhaço pra ela de presente. Vaia geral: a Fernanda que tem medo de palhaço sou eu; a outra tem medo de boneca.
Bom saber que as coisas continuam as mesmas apesar de diferentes.

PS 1: Em um momento do filme, escuta-se a frase "Eu pensei que vc fosse meu amigo". Hj, pra mim, essa frase faz todo o sentido. Sou rancorosa e ainda estou com raiva do meu ex-pseudo-amigo-de-adolescência. Minhas mágoas usam bóias e se recusam a serem afogadas.

PS 2: Descobri , vendo o filme, para que servem as fotos que vêm nos porta-retratos. Foi o momento "chorei horrores".

PS 3: Vale a pena ver o filme.

sábado, 25 de setembro de 2010

Babacas

Este ano foi o ano das inimizades.

Primeiro, um indivíduo resolve dar uma "chuchada" e me larga na balada. O problema foi a decência da pessoa de me avisar isso por mensagem depois de já ter ido.
Aí manda mil mensagens, liga e pede desculpa.
A trouxa aceita - mais uma vez (porque Mancada deve ser o sobrenome do amigo)!
Aí eu fico doente e a pessoa que se diz preocupar comigo "como se eu fosse da família" fica sem me ligar 18 dias (e contando...). A trouxa aqui até ligou nesse meio tempo, mas ele não podia falar porque estava jogando RPG e nunca retornou.
Alguém por favor dá uma conferida pra ver se a mãe do moço morreu? Porque com esse jeitinho de se preocupar com entes queridos a "véia" deve estar apodrecendo no quarto há dias.

Acabei de saber que uma (ex) amiga falou que tinha preguiça de sair comigo.
Preguiça é o que eu deveria ter sentido ao invés da boa vontade que tive de sair de um bar do outro lado da cidade (onde estava com meus amigos) para encontrá-la aos prantos porque a irmã é mais bonita, mais gostosa, mais bem sucedida e mais bacana do que ela. Verdade. E eu nunca falei o contrário. Mas naquela hora eu consolei, falei pra deixar isso de lado blá blá blá whiskas sachê blá blá blá.
Preguiça também eu deveria ter sentido quando ela resolveu cair de bêbada e eu acabei levando-a para dormir na casa de um amigo nosso. Preguiça maior eu deveria ter tido quando ela começou a gritar que queria ir para casa porque não podia dormir fora por ser a "princesinha do papai". Devia ter ido cuidar da minha vida e deixado o carro capotar 3x na ida do centro de BH até a PQP do Barreiro.
Aviso pra fofa: "princesinha do papai" é a sua irmã.

É isso. Agradeço ao papai do céu por me dar amigos babacas para eu valorizar ainda mais os que ainda estão ao meu lado.
Desabafo feito, um sentimento que fica: peninha de gente medíocre.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

E assim um dia me definiram...

"Você é, de longe - ou de perto - a pessoa mais interessante que já conheci.
Você assume a dor e o prazer de ser mulher pra se desfazer menina na cama quando pede para ser cuidada.
Você é corajosa o bastante para ir - sozinha - a um país no qual não domina a língua, mas acha que isso não é coragem.
Você é solidária o bastante para ajudar quem está ao seu lado, mas acha que isso não é solidariedade.
Você é gentil com quem conhece e com que desconhece, mas acha que isso não é gentileza.
Aquilo que te fez tornar o que é também, de certa forma, te fez ter a obrigação de ser quem é.
Você ama o novo, mas adora o velho. Prende-se entre eles tentando ajustar-se e aproveitar o presente.
Você posterga as coisas com uma doce morbidade esperando que o amanhã nunca chegue.
Você é bela o bastante pra usar tal fato como arma e inteligente o bastante para dispará-la quando quer.
Você sabe a capacidade de manipulação que tem; mas prefere não utilizá-la. Isso porque você espera que as pessoas ajam como queiram para que você possa, assim, desmascará-las.
É mais racional do que imagina e menos emocional do que pode imaginar.
Usa palavras como inferno e desgraça porque não tem medo de utilizá-las.
Usa palavras como miminhos e fofinho porque também não tem medo de utilizá-las. E conhece que é difícil ser meiga e forte o bastante para ter tal vocabulário.
Você tem medo de ser inútil e medo de ser medíocre. Odeia pessoas inúteis e medíocres. Além disso, você tem uma definição toda particular do que é ser inútil ou medíocre.
Você tem um brilho nos olhos porque enxerga as coisas de um modo diferente. E, por ver o que talvez seja imperceptível, se emociona e lacrimeja.
Você agradece por coisas comuns e deseja coisas incomuns.
Você classifica o que é normal segundo a sociedade em que vive, beirando o anormal para se sobressair entre todos.
Você se define pelo mistério que é.
Não é difícil te definir, o que é difícil é te redefinir. Isso porque você insiste em mudar aos olhos de quem te conhece. O conhecido é alvo fácil. Lutamos pelo desconhecido. Desejamos o que não temos e, portanto, não conhecemos totalmente.
E, quando a definição de quem você é parecia ser quase impossível, foi justamente aquela definição vinda de onde menos se esperava que te fez nua."

Carta recebida em 17 de setembro de 2008. Um dia eu conto de quem.

Gentileza

Há algum tempo atrás, eu resolvi dividir um ap com dois outros moradores. Um dos amigos destes outros moradores (que até chegou a ser meu amigo em determinada época e depois deixou de ser tratado como tal, mas isto não vem ao caso. Não neste post.) ia à meu ap com mulheres diversas e utilizava meu quartinho de despejo para finalidades sexuais. O tal quartinho era deprimente. Desde que tínhamos mudado, começamos a entulhar o cômodo com aquelas coisas que não precisamos ter sempre à mão mas não queremos (ainda) nos desfazer. Chegou a um ponto que eu - alérgica até à alma - não conseguia entrar mais lá dentro de tanta poeira acumulada. Mas o indivíduo arredava os entulhos, colocava um colchão que ficava embolado pq não cabia totalmente, ligava um radinho de pilha q tinha aparecido por lá e se satisfazia. Digno de pena. Um ser humano de quase 30 anos que ganhava um salário mínimo e precisava apelar para essas condições era, obviamente, digno de pena. As mulheres também. Nunca entendi o q se passava na cabeça delas. Se fosse coisa de só uma noite, tudo bem. Mas de vez em quando elas se repetiam. E eu ficava imaginando que futuro elas imaginavam que teriam de uma relação como aquela. Mas tal pensamento ocupava dois segundos da minha massa cinzenta e se esvaía. Problema deles. Geralmente eu mal via a cara das tais mulheres.
Um dia, ele resolveu namorar com uma delas. E ela achou q, por ir à minha casa, tinha o dever ou direito - sei lá - de conversar comigo. E me adicionou no msn. Só que ela começou a insistir em perguntar se ele era fiel. E não era. A coisa, inclusive, era tão descarada que ele chegou a desprezá-la no próprio aniversário para comer o seu presente (junto com morangos que apareceram meio mastigados, meio mordidos em cima da minha máquina de lavar roupa no dia seguinte) no referido quartinho.
Eu mudava sempre de assunto. Até que um dia, por pena (e só por isso), eu contei q não, que ele não era fiel e que, inclusive, já estava namorando outra àquela altura do campeonato (mesmo fingindo ainda estar com ela).
Anos depois, quando ele não transava mais no meu quartinho de despejo (pq eu mudei de lá); a pessoa do msn alegou q eu (então ocupadíssima em ser feliz) tinha delatado coisas como conversas alheias no msn para a atual infeliz.

Bom, saindo do caso para a análise: em toda a minha vida, eu percebi que fui gentil por dois motivos apenas. Um era por obrigação. O outro, por dó.
Minha educação me faz com que, em alguns casos, eu pense que não é mais do q minha obrigação ser gentil. Qdo eu ajudo na limpeza da casa do vizinho pq eu vivo lá e pq ele não paga mais a faxineira, eu faço por obrigação. Ele chama de gentileza. Mas eu vivo lá, eu ajudo a sujar, insisto. Não adianta, na cabeça dele, é gentileza.
Qdo entro primeiro no elevador, aperto o botão para manter a porta aberta até todos entrarem. Tem gente q me olha agradecendo a gentileza. Pra mim, é obrigação.
Fora destes casos, sou gentil por pena. Como no caso de te contar q seu namorado transa com todas, todo mundo sabe e vc é trouxa.

O problema é que a minha criação me obriga a ser gentil quase sempre. E quando se é gentil, vc tende a pensar nos outros. E tende a ser menos egoísta. E tende a passar por trouxa. E as pessoas tendem a se aproveitar disso. Alarme: problema detectado.

O principal ponto em que me estrepo é o financeiro. É o mínimo de gentileza dividir uma conta.Comer e beber e depois alegar que esqueceu a carteira em casa é absurdamente fora dos meus parâmetros. Mas quando a gentileza e boa vontade de um esbarra no egoísmo do outro a coisa complica.
Exemplo: eu bebo cerveja. Amo. E não como carne vermelha. No quesito salário, eu e meus amigos não temos um abismo de distância. Mas eu pago muitas contas. Alguns deles nem tantas. Outros não pagam nenhuma.
Então, rachar uma conta de forma igualitária é complicado. Desde que todos tenham bebido cerveja e comido frango e queijo (te amo Filipão!)* é tranquilo. Mas quando tem bebidas destiladas e outras variedades de carnes envolvidas eu me estrepo. Pq a metida à gentil aqui não consegue reclamar qdo - apesar de não ter comido e não ter bebido do mais caro - dividem a conta de forma igualitária.

Imaginar o quanto teria no meu saldo bancário se cada uma dessas vezes eu tivesse dado o grito, me faz ter vontade de dar o grito agora. Então, garçom, me traz um chopps e dois pastel (de queijo) e a cartela individual, por favor!

* Filipão = meu amigo, grande apreciador de cerveja e de filé de frango e batata aos 4 queijos do Loop.