terça-feira, 6 de setembro de 2011

DRI

Sábado passado passamos por (mais) uma DRI: Discussão de Relacionamento Inexistente.
Só vc sabe a dor que sinto por não estarmos juntos. Aliás, sendo mais verdadeira, a dor passou. Mas hoje ainda tem aquele incômodo, sabe? Ainda mais pq ninguém entende tão bem quanto ti o motivo de estarmos separados.
Você, solteirão convicto, não namora. Até tentou. Em rede nacional, em um programa do canal de tv aberta mais famoso...rs. Você não se prende. Sempre trabalhou em áreas que te permitiram viajar por todos os lugares. Você se preocupa com o futuro e até reserva um dinheiro para ele. Mas aí, em uma sacada (ou melhor, em um saque) só, compra um apto e um carro. Sem pestanejar, sem pesquisar.
Eu ainda não sei viver desse modo. Gosto da minha estabilidade, me prendo por pessoas que julgo precisarem de mim, gosto de saber que tenho o salário do mês que vem, férias, 13º...essas coisas.
Mas aí você se propõe a mudar. Sem eu ter solicitado. Mas como acreditar? E pior, como aceitar? Se o que gosto em você é essa tranquilidade, esse desapego, essa "alma de surfista"...rs.
Aí você me pede para estabelecer novos objetivos. Afinal, fui promovida e me formo no fim do ano que vem.
Ok. Vou tirar carteira e comprar uma moto.

Mas acho que não era exatamente sobre isso que falávamos...

domingo, 10 de abril de 2011

Sinais


- Ficou com alguém quando saiu ontem?
- Vai fazer o quê no seu aniversário?
- Não desiste de mim não.

Há quase 9 meses atrás, ele declarou não querer namorar. Se mudou de idéia, não me avisou. E eu que não vou perguntar.

Por onde andei...

Há muito não nos víamos. Conversávamos sempre, mas não nos víamos.
Eu sabia que ainda gostava de ti. As coisas terminaram abruptamente. Não tinha dado tempo de deixar de gostar. Além disso, vc é incrível.
Matamos as saudades. No cinema, bebendo uma cerveja, no banco da praça por toda a madrugada. Como vc mesmo diz: "não importa o lugar se é pra estar com quem se quer".
Falamos francamente. Com vc, posso dividir uma das coisas que não divido com quase ninguém. Não sei se vc sempre compreende, mas não me julga.
No táxi, abraços. Na despedida - que parecia eterna, beijos.
Depois, mensagens de texto pelo celular. Muitas delas. Tentamos nos explicar sobre o que aconteceu. Tentamos falar sobre o que está por vir (?).
E este texto não tem um fim. Assim como eu não quero que mais nada tenha fim. Apenas uma pontadinha de dor e resto de saudades (não satisfeitas) que ainda sinto.

Cuspindo no prato que comi


- Quando vc quase caiu, foi que percebi o quão vc estava bêbada.

Sério?!? Devia ter percebido antes. Quando nos beijamos, mais precisamente falando.
Ou realmente acha q eu ficaria com vc sóbria?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mão Dupla II


Sorry, mas o blog é meu. E, mais que isso, ele foi criado para eu ter algum lugar para desabafar. Afinal, engolir sapo dá câncer de esôfago.
Então, há 7 anos eu conheço uma pessoa. Que passou um tempo trabalhando como recepcionista de hotel. E sabem como é a vida de recepcionista de hotel: tem horas que bomba, tem horas que a paradeza é geral e agoniante.
Aí a pessoa me ligava sempre com as mesmas de introdução aos diálogos que se seguiam: "E aí? Tá chuchando?" (Não, obviamente. Se estivesse, não teria atendido ao telefone.); "Tô entediado, vamos falar mal das pessoas?" ou ainda "Vc me deve uma piranhuda!". As conversas que se seguiam variavam do boçal e enfadonho ao super supimpa e bacanão.
E não pensem que isso se dava todos os dias. Era de 3 a 4 vezes por dia.
Aí a pessoa saiu do hotel. Achei que as ligações iam diminuir. Ledo engano.

Querem exemplos?
1) Todas as quintas-feiras eu dou aula particular. E fico duas horas incomunicável. Saindo da aula, vejo umas 4 ligações não atendidas. Todas da mesma (e já referida acima) pessoa. Retorno. Diálogo que se segue:
- Onde vc está?
- No shopping Diamond Mall.
- Pq não me avisou?
(Parênteses: eu poderia falar coisas como: "não tava a fim" ou "não te devo satisfações"; mas preferi uma resposta que, além de honesta, era gentil.)
- Pq eu estava dando aula e acabei de sair da casa da minha aluna. Não avisei que passaria aqui pq não sabia a q horas iria acabar a aula.

2) Saí com a pessoa e batemos papo durante horas. Conversas bobas e agradabilíssimas. Nos despedimos à meia-noite. No dia seguinte, em uma ligação, a pessoa me confidencia que teve vontade de me ligar às 3 da manhã para me dar uma notícia que, convenhamos, só interessava a ela. (Querem saber qual é? Anne Hathaway vai ser a próxima mulher-gato. E o quico?)

3) A mesmíssima pessoa me liga para termos uma séria conversa. Mais de meia-hora depois, os créditos telefônicos da pessoa terminam. Eu retorno a ligação para terminamos a densa conversa que, 47 minutos depois (eu olhei no contador do meu telefone, preocupada com o valor da ligação...rs) termina. Passados 10 ou 15 minutos, já são mais de meia-noite e a pessoa adquire novos bônus telefônicos que são creditados diariamente. O que a pessoa faz? Me liga! Pra falar o quê? "Vc ainda me deve uma piranhuda!"
Cabe aqui um quizz? Então prepara o balde de frango frito, se lança no Dolly guaraná e vem comigo:
Qual o real motivo da última ligação?
a) A pessoa tem carência linguística e ainda não tinha esgotado todas as palavras a serem ditas.
b) Incapacidade de conseguir, por si mesmo, uma piranhuda.
c) Apesar das longas conversas, bateu uma saudade de ouvir minha voz.
d) Todas as alternativas anteriores.

E por qual razão escrevi tudo isso e ainda intitulei o post de mão dupla? Pq, apesar dos exemplos acima e de outros inúmeros casos semelhantes, a pessoa se incomodou com 4 ligações não atendidas minhas, após um período de 2 dias sem nos falarmos.

Achei babaquice. Mas eu amo esta pessoa. Apesar dos defeitos bizarros que beiram a psicose e um TOC de último grau, ela tem inúmeras qualidades que, reunidas, a tornam única e especial.
Mas fazer what? Feito o desabafo, agora é vida que segue.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Mão dupla


Sou simples: se vc me liga qdo quer, a hora que quer, pra falar o que quer ou reclamar do que for; eu espero ter a liberdade de fazer o mesmo.

Quando isso não ocorre, o nome é egoísmo.

sábado, 22 de janeiro de 2011

All Star

"Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu,
seu all star azul combina com o meu preto de cano alto.
Se o homem já pisou na lua, como ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas para tua voz parece exato..."




Nós somos velhos amigos. Ou éramos.
Vários acidentes de percurso. Vc se mudou pra Espanha, se casou com uma argentina e, por causa de um acidente de carro, foi morar em Cuba. E eu não tenho seu endereço. Assim como a música.
Em uma época de endereços eletrônicos, nunca achei que isso fosse necessário. Até porque me falta muita coisa pra chegar ao seu novo endereço - afinal, é em Cuba.
Mas eu me lembro de vc todos os dias da minha vida. Dos seus longos braços e pernas, do seu tórax magro, das suas calças jeans apertadas, das suas tatuagens, do seu cabelo preto, do seu all star.
Lembro da nossa primeira festa ao nos reencontrarmos já adultos. Lembro da última festa. Lembro da festa em que me surpreendeu de bermuda e chinelo. Até então, achava que, se tirassem seus jeans e seu all star, a pele sairia junto.
Lembro das conversas no nosso "Tosco Bar". Lembro do copo sujo e do garçom que eu achava bonitinho. Lembro de vc correr pra casa pq sua noiva o esperava no msn. E lembro da solidão que sentia quando isso acontecia e a noite, enfim, acabava.
Lembro de todas suas ligações internacionais. Daquelas em que me pedia pra tentar achar algo no seu quarto e mandar por sedex. Daquela em que, morta de saudades, declarei que largava tudo pra morar em Buenos Aires perto de ti.
Mas há muito as conversas no bar, as ligações internacionais e as festas de all star não fazem mais parte do meu dia a dia. Tampouco as passadas de mão nos meus cabelos antes de dormir, o aconchego no colchão ao lado da sua cama, o chocolate quente nas noites frias. Aliás, o "Tosco bar" não existe mais, virou uma floricultura. O colchão também foi jogado fora, em algum ataque de feng shui da sua tia.
Mas lembrar de vc todos os dias é algo comum como lembrar de escovar os dentes ou tomar banho.
Mas lembranças não devem nos servir de sofá, mas de trampolim. E assim minha vida continuou.

E pq o desabafo de hj? Pq eu amo os meus amigos. Desde vc. Vc me fez entender o que era, até então, incompreensível: como podemos amar alguém que não tem laços de sangue conosco? Vc apareceu do nada, sabendo pouco de mim e hj sabe o q cada suspiro meu representa.
Vc e outras pessoas. A diferença é que essas outras pessoas me magoam. E aí, tudo volta ao início e eu sinto a dor de ter te perdido. Mais uma vez.